Coringa. Você já assistiu este grande filme?

“Sempre sozinho no meio da multidão, Arthur Fleck busca conexão”.

Uma das características fundamentais do filme que conta a história de Arthur Fleck, o arqui-inimigo do Batman, é a que mostra a forma como o meio impacta na formação e na capacidade de formação das ações das pessoas. Se observarmos o cotidiano das corporações, empresas e entidades, a lógica, poderíamos dizer, também é semelhante. A formação de equipes de sucesso e os pontos “fora da curva”, lembram algo parecido. Gestões de pessoas autoritárias, sem estímulos e pouco democráticas levam a resultados ruins para a todos, empregados e empregadores.

Voltando ao filme, o diretor Todd Phillips realizou uma grande obra, apesar das críticas sobre a violência mostrada pelo filme, é uma obra que desnuda a realidade concreta da dificuldade de sobrevivência num mundo cada vez mais competitivo e com a valorização da meritocracia em detrimento do ser humanos e de seus potenciais.
Não à toa, o filme foi o vencedor do Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza, com uma grande interpretação de Joaquin Phoenix no papel título.

Com toda a certeza, recomendamos aos Administradores que assistam. Um grande filme.

Empresa Jr. Unijui

Da Universidade para a vida

Logo que iniciei os estudos, na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, popularmente conhecida como Unijuí, confesso que não sabia ao certo o que estava buscando, sabia da necessidade de buscar pelo conhecimento, pelo estudo, isto sim, mas a certeza do que exatamente buscava não fazia parte dos meus pensamentos, na época.

Tão real este sentimento que, lembro-me em uma noite em sala, a professora instigou-nos a falar sobre as motivações pela escolha do curso, em um tom um pouco descontraído, lembro-me de ter dito: “não sei certo o curso que gostaria de realizar e então por este motivo escolhi Administração.”

Esta experiência ficou na memória, dando lugar para outras novas e desafiadoras, da vida acadêmica, e do curso escolhido. Um mix de sentimentos e novas sensações por romper barreiras, por entender o processo, o surgimento da história administrativa, das grandes mentes brilhantes e seus tão conceituados livros, servindo como “bíblia” não apenas como referências bibliográficas, entender o processo do pensador, é fundamental para o crescimento, tanto de nós mero indivíduos quanto em sociedade.

Uma das experiências mais marcantes da minha vida acadêmica, teve início em 2015, como voluntária na Empresa Jrº, tive a oportunidade de fazer parte da equipe como Presidente, no ano seguinte. Foram experiências de trabalho, de consultoria, aplicação de questionários, pesquisa de mercado, tabulação, a importância dos dados e das relações tornaram-se mais essenciais que já estavam. Formamos um time muito bacana, com camisetas personalizadas, com registro de ata das reuniões, com previsões de tarefas, e por vezes não conseguíamos dar conta da demanda trazida. Os contatos eram feitos pelo público externo na Universidade, que entrava em contato conosco explicando a necessidade, o próximo passo era marcarmos uma reunião para troca de ideias, sempre em conjunto de um professor que nos auxiliava, dando suporte e credibilidade.

Com a crescente aceleração tecnológica, está mudando a maneira de composição das empresas, inclusive as novas formas de reuniões, a organização dos processos ajudou muito na minha visão empresarial. Organizamos eventos acadêmicos, e de certa forma posso dizer por todos do grupo, sentíamos importantes em representar a Universidade, um estágio dentro da própria Universidade.

Todos os estudantes, independente do curso, mas principalmente futuros Bacharéis de Administração deveriam passar pela experiência que passei, deveriam buscar novas formas de aprender, de se inserir, de arriscar, inclusive em eventos que não sejam específicos da sua área de atuação, aumenta sua visão e o fato de você sair da caixinha já vale a pena, e muito.

Hoje quase me formando, felicíssima na área e profissão que escolhi, não me vejo em outro lugar, administração tem em tudo, é essencial para a empresa, seja pequena, média ou grande, podendo ser Microempresário Individual ou concursado, não importa, importa a forma como você se reinventa, como aproveita as oportunidades que a vida lhe dá, isso vai deixar você mais fraco ou mais forte.

Equipe da Empresa Junior

Contribuição de:
Karla Letícia Morais da Silva
Estudante 7º semestre de Bacharel em Administração
Unijuí

Você conhece o TikTok?

E continuam surgindo novidades no mundo virtual. Temos visto a revolução que significa a entrada dos Chineses no mundo globalizado. Motor da economia mundial, presença em praticamente todos os países do mundo, temos visto agora a invasão de app Chineses guerreando de igual para igual com os grandes players.
Virando febre no mundo, e agora também em franco crescimento no Brasil, surge o TikTok. Um aplicativo de vídeos curtos para celular. Segunda a empresa criadora, ByteDance: “Nossa missão é dar força e compartilhar a imaginação, o conhecimento e os momentos importantes de todo o mundo. A plataforma é a base para expressar a criatividade por meio de vídeos que geram uma experiência genuína, inspiradora e alegre”.

Entre os campeões de audiência do novo APP no Brasil temos Whindersson Nunes com mais de 600.000 seguidores. O APP já tem mais de 500.000.000 de usuários no mundo, e já está entre os mais baixados no mundo. Em alguns países deixa para trás o facebook e o Instagram.

Seu público é majoritariamente jovem, mas crescendo a quantidade de usuários maduros.
Quer experimentar? Já está disponível para IOS ou Android.

https://www.tiktok.com/pt_BR/

Google Nest Mini

Na esteira do lançamento da Alexa pela Amazon no Brasil recentemente, agora é a vez de o Google anunciar o lançamento de suas caixas de som, inclusive no Brasil, a Google Nest Mini, onde funcionará o seu Assistente pessoal (Google Assistente) vinculado ao App Google Home que permite conectar vários aparelhos das residências.

O lançamento, feito na “Made by Google”, mostra as tendências futuras em termos de tecnologia da empresa. O lançamento por aqui mostra a importância do nosso mercado para os players mundiais.

CFA: Prêmio Guerreiro Ramos de Inovação na Gestão Pública com inscrições abertas

No final deste mês (31/10) encerram-se as inscrições do ‘Prêmio Guerreiro Ramos de Inovação na Gestão Pública’. Criado em 2010, o concurso tem como objetivo estimular pesquisas científicas e práticas inovadoras, na área de Administração pública, por meio de premiações em dinheiro e reconhecimento profissional.

Os trabalhos a serem apresentados devem estar relacionados ao tema centro do concurso: “Gestão Pública inovadora em Finanças, Gestão e Desempenho“. Podem participar estudantes e profissionais de Administração, com registro nos CRAs de todo Brasil.

Além do troféu, as premiações em ‘práticas inovadoras’ obterão: R$ 10 mil (1º colocado), R$ 5 mil (2º colocado) e R$ 2 mil (3º colocado). Já na categoria melhor ‘pesquisa científica’ os valores serão R$ 5 mil (1º colocado), R$ 3 mil (2º colocado), R$ 1.500 (3º colocado).

Para o presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Mauro Kreuz, que além de administrador é professor, pesquisador e empresário, o concurso visa contribuir para o desenvolvimento de boas práticas e para o desenvolvimento da Ciência da Administração. Segundo ele, uma das preocupações do CFA tem sido promover o desenvolvimento do país.

“Entre os objetivos que fazem parte da nossa existência (do CFA) está o de divulgar, valorizar e estimular a Ciência da Administração, bem como inovações em nosso segmento. Além disso, o prêmio é uma forma de contribuir para o desenvolvimento do Brasil, na medida em que podemos propor novas formas de gestão e mostrar todo o potencial dos profissionais de Administração, e de nossos estudantes”, explicou.

Na categoria ‘pesquisa científica’ podem participar estudantes de Administração, com registro nos CRAs, que tenham desenvolvido estudos na área da Administração. Já na categoria ‘prática inovadora’ podem participar profissionais da administração, registrados nos CRAs, que tenham implementado, executado, participado ou coordenado práticas inovadoras, na área de gestão pública.

De acordo com o diretor de Gestão Pública do CFA, Fábio Mendes Macedo, o evento trará bons frutos para a administração pública do país. “Queremos também trazer essas práticas para o Sistema, e propor cases de sucesso com a finalidade de desenvolver novos projetos para a área de gestão pública brasileira”, revelou.

 Prêmio Guerreiro Ramos (Edição 2019)

Período de Inscrições: 01/08 a 31/10.

Edital, regulamento e mais informações: 

Prêmio Guerreiro Ramos de Inovação na Gestão Pública – Edição 2019

Fonte: CFA

Nissan e UFSC tentam unir energia solar em baterias

A fabricante de automóveis Nissan e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) querem tornar viável um projeto desafiador: estocar energia solar em baterias usadas do modelo Leaf.

A finalidade é alimentar postes de luz somente com a energia do Sol captada pelas baterias. O estudo está sendo desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar da instituição e, se funcionar, terá por objetivo trazer iluminação a regiões onde não há energia elétrica. Até o momento, cinco postes de luz com essa tecnologia estão em funcionamento no próprio pátio do centro de pesquisas. Eles são compostos por painéis solares na parte superior e bateria Nissan Leaf na base de armazenamento.

“O estudo reforça as diversas possibilidades de aplicação das baterias elétricas de segunda vida e une três pilares de nossas pesquisas, que são: a mobilidade elétrica, a energia solar e o armazenamento de energia” disse o professor Ricardo Rüther, coordenador do Laboratório de Fotovoltaica da UFSC.

Este post foi publicado, originalmente, no nosso parceiro “Panorama Offshore”.
Obtenha informações e notícias sobre petróleo, gás, energias, pré-sal, biocombustíveis e offshore em http://www.panoramaoffshore.com.br.

Você conhece a Alexa?

Se você é um conectado, se acompanha as mudanças estruturais de nossa sociedade por conta da tecnologia, provavelmente já conheça a Alexa, a maioria dos Administradores, imaginamos que não.

Alexa é o assistente de voz da Amazon, um dos grandes do mercado de tecnologia mundial que chegou ainda de forma tímida ao Brasil, mas que agora parece estar disposta a conquistar o mercado de tecnologia e de vendas virtuais no país.

O assistente de voz é a tecnologia que usa comandos de voz para que você se comunique conversando com os equipamentos e sistemas de todas as formas que se possa imaginar. O destaque já vem sendo noticiado a algum tempo no exemplo da “casa conectada”. Imagine chegar em casa e falar com seu assistente de voz e perguntar qual a temperatura do momento, perguntar qual foi o resultado do jogo do seu time, pedir para que a luz se acenda ou que o sistema toque a música do Chico Buarque.

A 10 anos atrás isso era tema de filmes de ficção científica, hoje já começa a ser cotidiano.

No mercado hoje já encontramos, entre os principais, o Siri da apple, o Google Assistente, o Cortana da Microsoft e o Alexa da Amazon que acaba de desembarcar no Brasil com sua versão já em português.

Neste lançamento a Amazon aqui no Brasil e em língua portuguesa, oferece dois modelos de Smart Speaker com o Alexa embarcado:

Echo Dot no valor promocional de lançamento de R$249,00 e o Echo Show 5 a R$ 449,00. O terceiro modelo, o Echo, virá em breve.

Bolívia lança seu primeiro carro elétrico 100% nacional.

Uma notícia interessante e pioneira na América do Sul, é o lançamento do primeiro carro elétrico 100% nacional produzido na Bolívia por uma empresa Boliviana, a Quantum Automóveis Elétricos. O veículo comporta até 3 passageiros pode chegar a 55 Km por hora e autonomia de até 50 Km, a recarga das baterias demora cerca de 6 h. O preço de venda do produto está em torno de U$ 5.000 (ou cerca de pouco mais de R$ 20.000,00).

Nestes tempos de grande discussão da importância de energia limpa para reduzir o aquecimento global, o lançamento do veículo Boliviano tem uma importância estratégica para a Bolívia e para a própria America do sul. Vale lembrar que a Bolívia segundo estimativas, tem cerca de 50% das reservas de lítio do mundo, Chile e Argentina tem outros 25%, o que torna nossos vizinhos em fornecedores estratégicos para o mundo. Como o mundo tecnológico em que vivemos depende cada vez mais de baterias para celulares, computadores e para os automóveis elétricos, e estas baterias dependem do Lítio, dá para entender a importância estratégica do lançamento da quantum.

O próprio presidente do país, Evo Morales, falou sobre o lançamento em sua conta do Twitter: “Brindaremos todo nuestro apoyo a los ejecutivos y técnicos de la empresa Quantum, orgullo cochabambino y boliviano, que inaugura con creatividad y esfuerzo el nuevo ciclo de industrialización de autos eléctricos en nuestra querida #Bolivia. Juntos conquistamos un #FuturoSeguro”.

Presidente Evo Morales no lançamento do carro.
Foto: Divulgação Twitter: @evoespueblo.

Nosso portal ouviu o nosso colega Administrador e parceiro do Administradores.Adm na Bolívia Alberto Nelson Vargas Callejas:|
Como administrador de empresas estou orgulhoso pela fabricação de carros eléctricos no meu país Bolívia, mesmo este país sendo subdesenvolvido, ainda temos a iniciativa e a engenharia necessária para fabricar carros ecológicos e de baixo custo; esta fabricação surpreendeu até o mesmo governo daqui, porque não se tem a legislação para esse tipo de carros circular nas ruas das cidades da Bolívia, mas temos sim toda a matéria prima para a fabricação das baterias de lítio, tendo a maior reserva natural de lítio do mundo no Salar de Uyuni em Potosí – Bolívia; lugar muito conhecido como o “mar de sal” na indústria do turismo. O que vem mais adiante é aplicar um modelo de gestão industrial baseado no management 4.0, porque a Bolívia esta no limiar da Indústria 4.0 com a fabricação destes carros, desejo que sejam os profissionais em administração quem dirijam esta nova indústria na Bolívia.

 

Vídeo e Imagem: Divulgação Quantum.

Conheça a EA ALUMNI – UFRGS

Uma iniciativa muito interessante que merece ser valorizada e disseminada, é a EA ALUMNI – UFRGS. Alumni é um termo em latim e significa ex-aluno, utilizado para designar graduados ou bacharéis em uma universidade. Entre outros objetivos, é uma forma dos ex-alunos agradecerem a formação recebida com qualidade e, no caso das Universidades Públicas, gratuitamente, e assim retribuir à instituição educacional e aos futuros colegas.
Esta, do curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, conta com um projeto muito interessante de engajamento de colegas formados na UFRGS e com ações como Encontros coletivos com alunos e ex-alunos, Mentoria para os alunos que se formarão em 2019 e 2020, entre outras ações.
As iniciativas já desenvolvidas e em curso, podem ser conhecidas através dos canais de comunicação da entidade, em especial no site, hospedado nos servidores da universidade, que esta em: https://www.ufrgs.br/alumni-ea/

Inovação! E inovação “à moda Chinesa”.

Recentemente estive em Beijing para participar de uma conferência internacional sobre Inovação e apresentar um artigo sobre ecossistemas de empreendedorismo-intensivo em conhecimento. A conferência foi realizada na Escola de Economia e Negócios da Universidade de Tsinghua, considerada a MIT Chinesa e posicionada em 22º lugar no Ranking das melhores Universidades do mundo.

A conferência foi organizada pela “Industrial and Corporate Change”, uma revista internacional com foco em economia e inovação cujo corpo editorial é formado por lideranças do pensamento em das melhores universidades do mundo.  O corpo editorial é formado pelo que poderíamos chamar de “discípulos” de Joseph Schumpeter (“O Profeta da Inovação”), economista austríaco que compreendeu, há 100 anos atrás, a papel fundamental da inovação como propulsor do desenvolvimento econômico e previu a dinâmica e ritmo do desenvolvimento capitalista que estamos vivendo hoje.

Portanto, o principal interesse desse grupo de acadêmicos é compreender como economia e tecnologia interagem para produzir mudança na dinâmica das empresas, setores e quais as implicações desse processo para a geração de riqueza nos diferentes países visando, eventualmente, contribuir para estratégias e políticas que fomentem a inovação.

O mundo é repleto de evidências de que o diagnóstico e previsão de Schumpeter estavam corretos, o que tem justificado o esforço de diferentes países em promover políticas que visam a inovação. Se, de um lado, a inovação explica a posição de liderança de países desenvolvidos (EUA, Alemanha, Inglaterra, Finlândia, etc), por outro também explica a ascensão de outros como, por exemplo, Japão, Coréia do Sul, Singapura e Israel. O caso mais recente e emblemático das últimas duas décadas é o Chinês.

Inovação à moda Chinesa – Breve Histórico

Embora a China tenha um histórico milenar de inovações que remontam a invenção do papel, da seda, pólvora, fogos de artifício, entre o outros, a evolução recente do século do final do século XX e início do século XXI tem sido assistida pelo mundo. Em resumo, a partir de 1979, o país iniciou um processo de abertura para investimento externo, liberalização (ou “descoletivização”) da economia interna dando lugar ao empreendedorismo e abertura de novos negócios e modernização da economia com foco em quatros setores: agricultura, indústria, defesa e ciência e tecnologia. Em 2001, a China ingressa como membro na Organização Mundial do Comércio (OMC) o que intensifica a abertura e internacionalização do país. Desde então, o país tem obtido um crescimento quase exponencial em diferentes setores da sociedade. Os incentivos econômicos de uma competição por baixo custo orientado a exportações, levaram a um processo investimento estrangeiro direto em diferentes setores industriais, em infraestrutura, e migração do campo para a cidade, ou seja, uma verdadeira “sino-revolução industrial” 240 anos após a primeira (ocorrida na Inglaterra), fizeram com que a China se tornasse a “fábrica do mundo”.

A “mágica” econômica promovida por uma política agressiva de desvalorização cambial, se consolidou no espantoso crescimento do PIB e “catching up” ou convergência econômica que podemos observar no gráfico dinâmico que viralizou recentemente.

No entanto, a convergência econômica é, antes de tudo, resultado de uma convergência tecnológica uma vez que os fluxos industriais trouxeram consigo fluxos de conhecimentos e capacidades tecnológicas que não existiam no pais anteriormente. É justamente essa diversidade conhecimentos que permitem uma série de “novas combinações” de hardware, software, “bioware” e serviços com aplicações de valor para o mercado que tem alçado o país para figurar entre as nações mais inovadoras do mundo.

Essa evolução pode ser observada também nos relatórios do Global Innovation Index desde 2012 (Figura 1) em que a China claramente salta do grupo de países de renda média caracterizado por pouco inovação e pouco desenvolvimento econômico e começa a integrar o grupo de países desenvolvidos.

Figura. 1. Global Innovation Index vs GDP Per Capita in PPP$ (bubbles sized by population)

FONTE: construído a partir de Dutta et al (2012, 2018)

Qual o limite para a inovação?

Quando países se aproximam do ponto de convergência tecnológica e econômica de países desenvolvidos, o único passo possível para a evolução está no avanço da fronteira científica. E essa foi a tônica das apresentações dos pesquisadores Chineses presentes na Conferência em Beijing. Poderá a China se tornar a principal potência em Inovação?

O recente desenvolvimento chinês seguiu uma conhecida e documentada estratégia “da Imitação para a Inovação” semelhante ao processo Japonês e Sul Coreano em décadas anteriores. À medida que esse modelo se esgota, os países precisam buscar a consolidação não apenas de suas empresas por meio de produtos de maior qualidade e marca, mas também a liderança na resolução de problemas complexos que estão na fronteira do conhecimento. Isso se dá através de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), em especial, pesquisa básica.

Ao analisarmos os gastos nominais em Pesquisa e Desenvolvimento, a China vem se aproximando a passos largos dos Estados Unidos (Figura 2). No entanto, o volume de recursos não nos informa sobre a qualidade ou prioridades dessa alocação. A figura 3 apresenta essa orientação. A maior parte dos gastos em P&D na China se dão no nível de pesquisa experimental e aplicado (aquele voltado a resolução de problemas de produção ou engenharia) que não lidam especificamente com os desafios da fronteira do conhecimento.

Figura 2. Gastos Nominais em P&D

Fonte: OECD – https://data.oecd.org/rd/gross-domestic-spending-on-r-d.htm#indicator-chart

Figura 3. Gastos por tipo de pesquisa

Fonte: OECD – https://data.oecd.org/rd/gross-domestic-spending-on-r-d.htm#indicator-chart

A influência científica do país pode ser medida pela produção e publicação de pesquisas bem como patentes e suas o número de citações dessas produções no âmbito global. Embora o número de publicações tenha aumentado significativamente, a qualidade das publicações assim como das patentes publicadas é muitas vezes questionada. Argumenta-se que, embora a China esteja posicionada como segundo lugar no número de publicações, a média de citações por documento ainda é baixo o denota uma relativa pouca influência na comunidade científica internacional se comparada com os principais líderes como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França. No entanto, não será surpresa ver essa condição melhorar nos próximos anos.

Figura 4. Publications

Fonte: https://www.scimagojr.com/countryrank.php?order=it&ord=desc

Cabe ressaltar, no entanto, que o tipo de P&D Chinês é plenamente coerente com uma estratégia bem-sucedida de aquisição de conhecimento externo e catching up realizados até aqui. Nesse sentido, apesar do otimismo e confiança pelo desempenho recente, os Chineses tem plena consciência de que a liderança científica que vem através do investimento em “pesquisa básica” (na fronteira do conhecimento) é uma necessidade tanto para sustentar o crescimento quanto para colocar o país em uma posição de liderança competitiva. Essa consciência é o primeiro passo para que o país alcance esse objetivo.

China hoje, futuro e lições para o Brasil

A China tem como objetivo se tornar uma sociedade orientada para a inovação até 2020 e uma superpotência em ciência e tecnologia até 2050.  Para tanto, o país se vale de uma série de planos para realizar a transição de uma econômica orientada a exportação de produtos manufatureiros para aumentar os investimentos em educação nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemáticas (da sigla STEM em inglês) bem como nas estruturas de suporte e habitats como Parques Tecnológicos e centros de inovação de alta tecnologia como a TusPark (Tsinghua University Science Park).

Algumas coisas saltam aos olhos e que dão um pouco da sensação da evolução do país com um todo.

  • Infraestrutura e transporte da cidade já podem ser considerados de uma país desenvolvido. Apesar do trânsito um tanto quanto confuso, existem amplas rodovias, limpeza das calçadas e ótimo transporte público como linhas de metro que alcançam toda a cidade são simples para utilizar mesmo para estrangeiros. A estrutura de ferrovias para transporte de passageiros expandiu expressivamente nos últimos 20. A capacitação técnica para transporte ferroviário resultaram em um ambicioso projeto de construção de um trem supersônico.
  • Segurança. A sensação de segurança é total. Um possível razão seja o número de extensivo de câmeras de segurança por todos os cantos da cidade e uso controverso de tecnologias de reconhecimento facial.
  • Meio ambiente. O país tem buscando soluções para o combate a poluição do ar oriundos da forte industrialização através do desenvolvimento de tecnologia. Porém chama a atenção a quantidade de espaços verdes e parques no meio da cidade. Além de tornar as cidade mais agradáveis, a campanha também tem contribuído deixar o planeta mais verde.
  • Robótica. Quando menos se espera, é possível ser surpreendido pela tecnologia. No hotel Park Plaza Science Park, se você fizer um pedido a recepção, provavelmente será atendido por um robô que fará a entrega pra você.
  • Tecnologia e comunicação. Talvez o primeiro impacto a ser sentido ao chegar na China é o não acesso às ferramentas de comunicação e redes sociais que utilizamos diariamente (Google, gmail, facebook/instagram, twitter, uber, whatsapp, etc).  Isso denota um país que é aberto para receber conhecimento e tecnologia externo, porém que promove forte reserva de mercado.

Ao andar por Beijing é possível observar um misto de tradição com modernidade. Surpreende a velocidade com que a transformação do país ocorreu, o que nos faz refletir sobre lições que podem e devem ser tiradas para o desenvolvimento do Brasil. Apesar do nosso ambiente de inovação ter melhorado nos últimos anos a partir de uma maior consciência sobre a importância da inovação, do crescente interesse em empreendedorismo e de um nascente mercado venture capital, alguns elementos do ecossistema brasileiro ainda precisam ser aperfeiçoados. Um exemplo são os “links” entre ciência, tecnologia e indústria e um melhor balanço entre pesquisa básica e aplicada. Se na China, a maior parte do investimento em P&D se concentra em pesquisa experimental e aplicada nas empresas (necessárias para a construção de capacidades tecnológicas da indústria), no Brasil, P&D ainda é quase que exclusividade de poucas grandes empresas ou da Universidade cujo foco é, primordialmente, pesquisa básica (não necessariamente atrelados à resolução de problemas imediatos das empresas). Não é o caso de escolher entre uma coisa ou outra, mas de encontrar um balanceamento dessas atividades e seu financiamento ao longo do ciclo completo de inovação.

Referências

Abramovitz, M. (1986). Catching up, forging ahead, and falling behind. The Journal of Economic History, 46(2), 385-406.

Appelbaum, R. P., Cao, C., Han, X., Parker, R., & Simon, D. (2018). Innovation in China: challenging the global science and technology system. John Wiley & Sons.

Dutta, S. (2012). The global innovation index 2012. Stronger innovation linkages for global.

Dutta, S., Reynoso, R. E., Garanasvili, A., Saxena, K., Lanvin, B., Wunsch-Vincent, S., … & Guadagno, F. (2018). The global innovation index 2018: Energizing the World with Innovation. Global Innovation Index 2018, 1.

Kim, L. (1997). Imitation to innovation: The dynamics of Korea’s technological learning. Harvard Business Press.

Lee, K., & Lim, C. (2001). Technological regimes, catching-up and leapfrogging: findings from the Korean industries. Research policy, 30(3), 459-483.

Normile, D. (2018). China narrows US lead in R&D spending. Science. 362(6412), 276.

Pisano, G. P., & Shih, W. C. (2012). Producing prosperity: Why America needs a manufacturing renaissance. Harvard Business Press.

Schumpeter, J. A. (1912). 1934. The theory of economic development.

Yuqing, X. I. N. G. (2006). Why is China so attractive for FDI? The role of exchange rates. China Economic Review, 17(2), 198-209.

Yip, G. S., & McKern, B. (2016). China’s next strategic advantage: From imitation to innovation. MIT Press.

Can China become a scientific superpower?. The Economist. Available at: https://www.economist.com/science-and-technology/2019/01/12/can-china-become-a-scientific-superpower


André Cherubini Alves

Centro de Inovação FGV EAESP

andre.cherubini@fgv.br

Artigo publicado com autorização do autor.
Publicado originalmente na Newsletter da EA Alumni UFRGS.
https://www.ufrgs.br/alumni-ea/?p=360&fbclid=IwAR0XhHmdox6913ntRVDLxS7YL1bPxTmdnXBgRYF-m1uFxvT1aYlGsOORZuM